segunda-feira, 5 de setembro de 2016

OVIEDO: TERRA NATAL DE MEM GUNDAR

A vinda de Mem Gundar para Portugal só pode ser entendida no contexto da Reconquista Cristã da Península Ibérica após a ocupação árabe. Esta inicia-se com a batalha de Covadonga, em 722, onde, apesar da superioridade numérica do exército muçulmano, os asturianos, refugiados na “cueva” de Covadonga e nas colinas sobranceiras á garganta que ali se forma, se lançaram sobre eles, dizimando grande parte do seu exército. O herói desta batalha é Dom Pelayo, depois proclamado rei e fundador do reino das Astúrias, com capital, primeiro, em Cangas de Onís e, depois, em Oviedo.
Nos finais do século XI, com o avanço da Reconquista para sul e uma cada vez maior ameaça almorávida, D. Afonso VI pede ajuda aos cavaleiros franceses que, ouvindo o seu apelo, partem em seu auxílio. Entre estes, vêm Henrique de Borgonha e seu primo Raimundo. Como recompensa, D. Afonso VI casa Dom Henrique com a sua filha D. Teresa e dá-lhe, como dote, o governo do Condado Portucalense (1096).
É neste contexto que alguns cavaleiros asturianos e leoneses acompanham D. Henrique, a quem é entregue a defesa e o governo das terras reconquistadas, mas também o seu povoamento e cristianização. Entre estes, está Dom Mem Gundar, nascido em Oviedo.


Gruta de Covadonga (Picos da Europa)

Cangas de Oniz - (ponte romana)

Catedral de Oviedo - "Câmara Santa"

As imagens que apresentamos reportam-se à época em que viveu Mem Gundar: Covadonga, local da batalha com o mesmo nome e que marca o início da Reconquista cristã da Península Ibérica; Cangas de Onís, primeira capital das Astúrias, com a sua ponte romana; catedral de Oviedo, que, embora posterior, já em estilo gótico, conserva na sua Camara Santa alguns ícones da Reconquista como “La cruz de la Victória”, atualmente, o símbolo das Astúrias.
Miguel Moreira

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