O PAÇO DE D. LOBA EM TERRAS DE GUNDAR
O mesmo não acontece em relação à sua filha D. Loba Mendes. Sabemos que casou com Diogo Bravo de Riba de Minho e que teve como sua residência o Paço, com o seu nome, em Mormilheiro ou “Mor Milheiro” (topónimo de origem galaico-portuguesa, alusivo à cultura do milho), em terras de Gundar. Uma obra de 1739 sobre a vida e obra de S. Gonçalo diz o seguinte: “ Outro dia se fue Gonzalo à casa de una señora, llamada Doña Loba, en el Lugar de Gundar” (1). Por outro lado, nas Inquirições de 1220 (D. Afonso II) Padronelo ainda não era freguesia, sendo referido apenas em função da ermida aí existente (Ermida de S.to André)(2). Daqui se depreende que o Paço de Dona Loba se localizava em Gundar e não em Padronelo e que o território sob o domínio de Mem Gundar ia muito além dos limites da atual freguesia de Gondar.
Paço de D. Loba (Fachadas norte e poente) |
Paço de D. Loba (entrada principal) |
Trata-se de uma obra de arquitetura civil (Paço), mas que, considerando a sua localização, a época em que foi construída, a linhagem dos Gundares (cavaleiros) e o topónimo “Lugar daTorre”, poderia ter também funções militares. No entanto, considerando as ruínas existentes e o tipo de porta, semelhante a outros “Paços” da mesma época, trata-se de uma residência senhorial, ou seja, é mais um símbolo do poder senhorial sobre o território do que uma construção militar.
Paço de D. Loba (interir do edifício) |
(1)- Lardazar, Fr. Manuel, Compêndio
de la Vida del Glorioso S. Gonzalo de Amarante, 1739.
(2)- Machado, Maria de Fátima, A Região do Tâmega no séc. XIII, I Congresso Histórico de Amarante, 1998.
(2)- Machado, Maria de Fátima, A Região do Tâmega no séc. XIII, I Congresso Histórico de Amarante, 1998.
Miguel
Moreira
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