A MINHA
ESCOLA
Mesmo
encerrada, esta será sempre a minha escola, a nossa escola, a escola de todos os
que por lá passaram.
Escola de Vila Seca - Gondar |
Lembro-me do
passeio final como se tivesse sido ontem: castelo de Guimarães,
citânia de Briteiros, Bom Jesus de Braga...
A entrada na
escola primária era o nosso primeiro ato de emancipação: abandonávamos o
aconchego do lar e a protecção paternal
para começarmos a aprender a viver em sociedade, a defendermo-nos, a criar
a nossa própria identidade, a sermos mais autónomos e responsáveis.
A escola de
Vila Seca, vi-a construir e inaugurei-a no meu primeiro ano (1.ª classe). Por
essa altura chegou, também, a luz elétrica a Gondar e, com ela, a rádio e a
televisão (esta, de início, privilégio de muito poucos). Era a “civilização” que
chegava.
Da mesma época e da mesma tipologia é a escola das Chedas / Crespelos.
Mais antiga, a escola de Ovelhinha. Uma
escola do “tipo” Adães Bermudes, como muitas outras que existem por esse Portugal fora. Era uma escola com uma arquitetura muito bonita e com residência para a
professora. Desfiguraram-na, nos anos oitenta, com o acrescento de mais uma
sala construída por cima da original. Há coisas que não se pensam ou são mal
pensadas. Esta foi uma delas.
Escola de Ovelhinha - Gondar |
Pormenor da Escola de Ovelhinha - Gondar |
Por favor,
preservem as “nossas” escolas. Dêem-lhes vida. Elas fazem parte do nosso
património, do imaginário de muitas gerações.
Miguel
Moreira
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