segunda-feira, 12 de outubro de 2015

UM VIADUTO QUE DIVIDE GONDAR

Panorâmica de Gondar - Amarante

Viaduto da A4 em Gondar - Amarante

Os fatores geomorfológicos são determinantes na definição do território que constitui uma localidade ou uma região. No caso de Gondar, esse território é enquadrado por dois cursos de água, os rios Ovelha e Carneiro, que atravessam a freguesia de lés-a-lés. Sem eles, Gondar seria impensável. 
Por outro lado, o aproveitamento das vertentes desses dois leitos, como facilitadores da travessia da serra do Marão, colocou Gondar no centro das redes viárias que ligam Amarante a Vila-Real e a Mesão Frio, respetivamente. Mas, se esta posição estratégica trouxe grandes vantagens a Gondar, tem também os seus inconvenientes: as modernas auto-estradas, pela sua dimensão e estruturas que utilizam (pontes, viadutos…) são profundamente agressivas em relação ao território e ao meio ambiente em que se inserem. Cabe ao homem minimizar esses impactos.
Em nosso entender, a construção da A4 no troço que atravessa Gondar não acautelou minimamente esses impactos. A paisagem, o ecossistema e a qualidade de vida ficaram profundamente afetados.
Fizeram-se estudos de impacto ambiental? Foram tidos em conta no traçado da via? Não creio.
Haveria alternativas? Com certeza. Já vi serem alterados traçados de estradas por muito menos.
Não somos contra o progresso, mas nunca a qualquer preço.

Miguel Moreira

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