BATALHA DO MARANCINHO
(12 de Maio de 1809)
(12 de Maio de 1809)
Foi a 12 de Maio de 1809 que, após dez dias de saques, mortes e destruições (só em Ovelhinha
fala-se em 35 mortos e muitas casas incendiadas), levadas a cabo pelos
franceses em toda a margem esquerda do Tâmega, as forças portuguesas, comandadas
pelo brigadeiro Silveira, desencadearam um feroz ataque sobre as tropas
napoleónicas que é descrito, desta forma, por Carlos Azeredo:
in "Invasão do Norte - 1809", de Carlos Azeredo, pág. 83 |
“Durante toda a manhã deste dia 12, o Brigadeiro Silveira esperou que, pelo itinerário de Mesão Frio e dos Padrões, avançassem as forças de Bacelar ou de Beresford, para caírem em conjunto sobre o inimigo em Moure.
Pela 1 hora
da tarde, lançou Silveira um ataque orientado sobre três eixos: o da esquerda,
procurando tornear pelo sul a posição do adversário, seguia a direcção geral de
Ansiães ao Cavalinho e Palmazões; o do centro, comandado pelo seu irmão o
Coronel António da Silveira, seguia a direcção geral de Ovelha, Marancinho e
Forno da Telha; o do norte, ou da direita, comandado pelo próprio Silveira,
seguia a direcção de Gavião, Alto da Mó e Lufrei.
Foi
sobretudo a coluna do norte a que encontrou a resistência mais encarniçada do
inimigo nas proximidades de Vila Chã, no vale do ribeiro do Marancinho de onde
os franceses foram combatendo e retirando até ao Barreiro (...).
O local
deste renhido combate ainda hoje é localmente conhecido pelo “Vale dos
Franceses” e distinguiu-se aqui o Capitão de cavalaria, Francisco Teixeira
Lobo, que com 80 praças carregou sobre uma força inimiga muito superior, a qual
retirou após dura refrega.” (1)
E sobre os destroços da batalha escreveu um autor da época:
“... o inimigo teve tantos mortos e feridos que dali até Gateães se viram e observaram rastos de sangue; deixaram muitas espingardas; ... ficaram três cavalos mortos; e, no outro dia, em Gateães um montão de ossos de cadáveres queimados e se acharam, dizem, dúzias de sapatos com pés dentro ainda de alguns cadáveres queimados...”. (2)
A batalha do Marancinho foi decisiva para que os franceses abandonassem definitivamente Amarante, depois de terem causado tanta desgraça, mortes e destruições.
(1)- Azeredo, Carlos de, “Aqui Não Passaram!”, Civilização
Editora, 2005, pág. 232.
(2)- P. F. De A. C. De M, “História Antiga e Moderna da
Sempre Leal e Antiquíssima Villa de Amarante”, Edição do Autor, 1814, pág. 254.
Miguel Moreira
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