MANUEL TEIXEIRA
O ÚLTIMO OLEIRO DE PROFISSÃO DE
GONDAR
Filho de Joaquim Teixeira e de Ana
Teixeira, a 30 de Junho de 1925, nascia, no lugar de Vila Seca, Manuel Teixeira.
Era neto paterno de Claudino Teixeira e Antónia Nogueira, do lugar do
Outeirinho, e materno de Francisco Monteiro e Emília Teixeira, do lugar de Vila
Seca.
Manuel Teixeira "Claudino", oleiro |
De família de oleiros, a arte foi-lhe ensinada
pelo seu pai, filho de Claudino Teixeira, também oleiro. Este, por sua vez, ter-se-há iniciado com o sogro Paulo Pereira, oleiro do lugar de
Corujeiras. Manuel Teixeira era, assim, descendente de uma família de oleiros,
tendo nascido “no barro” como ele próprio afirmava. Além disso, o seu irmão
António, quinze anos mais velho, também trabalhava na arte.
O trabalho do barro não era uma
tarefa fácil. Exigia diversas atividades que, para além do fabrico da louça
propriamente dito, íam desde a extracção e transporte do barro e à recolha da lenha para as soengas, até à
cozedura da louça e à sua venda. Assim, enquanto os pais se dedicavam às
tarefas mais complicadas, os filhos, desde muito novos, ajudavam nas tarefas
mais simples como o transporte do barro e a recolha das lenhas. Daí que, desde
muito novos, os filhos se familiarizassem com o a arte do barro. Foi o caso de
Manuel Teixeira (Claudino) que, a patir dos seis, sete anos, começou a ajudar
os pais e fazer as primeiras peças, à semelhança do seu irmão mais velho,
António.
Manuel “Claudino”, como era
conhecido, trabalhou como oleiro até à sua morte, em Julho de 2010. Participou
em diversas feiras e certames no país e, até, no estrangeiro, tendo sido um dos
maiores divulgadores da arte do barro preto de Gondar. E, enquanto vivo, não deixou de ensinar a sua arte, que praticava com toda a dedicação e mestria, a todos que a quiseram aprender, entre os quais César Teixeira que é quem, atuamente, mantém ainda viva
esta tradição, que tanto orgulha as gentes de Gondar.
Sobre Manuel Teixeira: https://www.youtube.com/watch?v=14xjgLwqBnY
Miguel Moreira
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