quarta-feira, 25 de março de 2020

Manuel Teixeira (oleiro)

MANUEL TEIXEIRA

O ÚLTIMO OLEIRO DE PROFISSÃO DE GONDAR


Filho de Joaquim Teixeira e de Ana Teixeira, a 30 de Junho de 1925, nascia, no lugar de Vila Seca, Manuel Teixeira. Era neto paterno de Claudino Teixeira e Antónia Nogueira, do lugar do Outeirinho, e materno de Francisco Monteiro e Emília Teixeira, do lugar de Vila Seca.

Manuel Teixeira "Claudino", oleiro
De família de oleiros, a arte foi-lhe ensinada pelo seu pai, filho de Claudino Teixeira, também oleiro. Este, por sua vez, ter-se-há iniciado com o sogro Paulo Pereira, oleiro do lugar de Corujeiras. Manuel Teixeira era, assim, descendente de uma família de oleiros, tendo nascido “no barro” como ele próprio afirmava. Além disso, o seu irmão António, quinze anos mais velho, também trabalhava na arte.
O trabalho do barro não era uma tarefa fácil. Exigia diversas atividades que, para além do fabrico da louça propriamente dito, íam desde a extracção e transporte do barro  e à recolha da lenha para as soengas, até à cozedura da louça e à sua venda. Assim, enquanto os pais se dedicavam às tarefas mais complicadas, os filhos, desde muito novos, ajudavam nas tarefas mais simples como o transporte do barro e a recolha das lenhas. Daí que, desde muito novos, os filhos se familiarizassem com o a arte do barro. Foi o caso de Manuel Teixeira (Claudino) que, a patir dos seis, sete anos, começou a ajudar os pais e fazer as primeiras peças, à semelhança do seu irmão mais velho, António.
Manuel “Claudino”, como era conhecido, trabalhou como oleiro até à sua morte, em Julho de 2010. Participou em diversas feiras e certames no país e, até, no estrangeiro, tendo sido um dos maiores divulgadores da arte do barro preto de Gondar. E, enquanto vivo, não deixou de ensinar a sua arte, que praticava com toda a dedicação e mestria, a todos que a quiseram aprender, entre os quais César Teixeira que é quem, atuamente, mantém ainda viva esta tradição, que tanto orgulha as gentes de Gondar.

Miguel Moreira

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