sexta-feira, 20 de novembro de 2015

O NOME DE GONDAR EM TERRAS DE FRANÇA


É com agradável surpresa que, depois de ter percorrido o encantador vale do Loire e visitado alguns dos seus admiráveis castelos (Chambord, Chenonceau, Blois, Amboise, Villandry…), ao atravessar a ponte que, sobre o Loire, liga Azay-le-Rideau a Langeais nos deparamos com o nome de Gondar estampado na sinalética local.




Na verdade, desde Agosto de 1999, a cidade francesa de Langeais mantém um protocolo de geminação com Gondar, com o objetivo de fomentar o intercâmbio desportivo, cultural e escolar entre as duas localidades. A justificar a geminação pesou, naturalmente, o número significativo de emigrantes gondarenses na região, mas, sobretudo, o empenho de Danièle Leite-Simonin, filha de um emigrante de Gondar que terá chegado a Langeais em 1930, e do então presidente da JFG, António Bastos Teixeira.


Langeais - França

Langeais é uma pequena, mas encantadora, localidade na margem direita do rio Loire que, aqui, é particularmente belo. Para além da sua ponte suspensa, do séc. XIX, e da Igreja de S. João Batista, é sobretudo o Castelo, Monumento Nacional desde 1922, que atrai a atenção dos visitantes. Construído por ordem de Luís XI, entre 1465 e 1469, sobre as ruínas de uma antiga fortaleza, o Castelo foi palco de um dos acontecimentos mais marcantes da História de França: o casamento real entre Carlos VIII e Ana da Bretanha, em 1491, que assinala o fim da independência do ducado da Bretanha.
Com alguma regularidade, delegações de Langeais e Gondar visitam-se reciprocamente.

Miguel Moreira


quinta-feira, 12 de novembro de 2015

CASTELO (CARVALHO DE REI)

a magia de uma aldeia

Subir ao Castelo, libertar-se e deixar-se guiar pelos sentidos até ao horizonte do olhar, é uma sensação indescritível que todos os amarantinos deveriam experimentar. Deambulando por entre os rochedos do seu cume temos a sensação de pisar solo sagrado, de estarmos mais próximos do céu que da terra.


Castelo - Carvalho de Rei

Pela sua implantação destacada na paisagem, o local permite-nos um amplo domínio visual, atingindo uma área que vai dos cumes do Marão e do Alvão às longínquas terras do Vale-do-Sousa.



Gondar - Amarante

Localizado sensivelmente a meia encosta na serra da Aboboreira, o lugar do Castelo está associado às diversas fases da ocupação humana em território amarantino: bem perto, na Aboboreira, abundam exemplos do megalitismo; da época castreja há vestígios do importante e estratégico “castro” edificado pelos Celtas e, mais tarde, romanizado; ao seu redor desenvolveu-se um importante povoado que, com a edificação de uma ermida, se transformou num importante local de culto.
Nossa Senhora do Castelo teve, ao longo da sua história, uma importante romaria que congregava a população de muitos locais próximos e longínquos, conforme atestam as Memórias Paroquiais de 1758. O seu culto está associado a uma lenda que refere o aparecimento de Nossa Senhora numa pequena queda de água existente no local. 



Capela de Nossa Senhora do Castelo

A capela foi recentemente remodelada, restando da antiga estrutura apenas o campanário e a pia baptismal que serve agora de base a um fontanário. A bica do mesmo parece tratar-se de uma estela funerária, atribuível ao período romano e terá, segundo informação local, uma inscrição na parte de trás. Também do período romano, encontra-se no Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso, uma ara consagrada a Júpiter Óptimo Máximo, encontrada no local. Esta sacralidade pagã parece ter sobrevivido ao Cristianismo, mantendo-se viva nas procissões ou clamores que todos os anos se realizam no primeiro domingo de Julho. 
Por último, o Castelo fica próximo de Chãos de Infesta onde se crê existirem três necrópoles distanciadas entre si no tempo por alguns milénios. É provável que haja alguma relação entre estes dois sítios, que só seria possível averiguar através de uma investigação mais intensiva que incluísse também algumas campanhas de escavações arqueológicas.



Miguel Moreira