CRUZEIRO DAS TRANDEIRAS – BUSTELO
Perdido
entre os matos, na velha estrada medieval que, de Amarante, seguia para o Douro
e Beira Alta, encontramos um bonito e bem conservado cruzeiro, ali mandado
erigir em memória de um milagre que devolveu a fala a um menino que, acompanhado por "huma pessoa principal do reino", se dirigia em romagem a S. Gonçalo de Amarante.
Há, felizmente, documentos antigos que referem a existência deste cruzeiro e que aqui vamos transcrever:
Cruzeiro das Trandeiras - Bustelo |
Há, felizmente, documentos antigos que referem a existência deste cruzeiro e que aqui vamos transcrever:
“… No lugar
de Trendeiras, no meio da estrada, está hum cruzeiro; e no alto hum escudo das
armas dos Sylvas, muito gasto; e no pee do cruseiro, num letreiro que tomou
três faces delle, muito gasto e difícil de se ler, mas esperamos conseguir a
memoria do que ell cothem; e tendo-o, aqui a copiaremos com toda a pureza.” (1)
(1)-Craesbeech,
Francisco Xavier da Serra, MEMÓRIAS RESSUSCITADAS da Província de Entre Douro e
Minho no anno de 1726, Ed. Carvalho
de Basto, Ponte de Lima, 1992, vol. II, pág. 58.
e na Memória Paroquial de São Mamede de Bustelo relata-nos o Padre Manoel Campello de Miranda (1758):
“… tem sim hum cruseiro no sitio de Trandeiras que fica na estrada que vai para o Douro e toda a Beira Alta, muito bem feito. E tem por Armas hum Leam e o tempo lhe tem gasto as letras que se nam podem ler, mas a tradissam que achei nesta freguezia de homens velhos que a seus antepassados tinham ouvido, que vindo huma pessoa principal do Reino com hum menino mudo que vinha em romaria a São Gonçalo de Amarante e avistando-se daquelle citio o convento do dito Santo, o menino falara e que para memoria do milagre lhe mandara fazer aquelle cruseiro.” (2)
“… tem sim hum cruseiro no sitio de Trandeiras que fica na estrada que vai para o Douro e toda a Beira Alta, muito bem feito. E tem por Armas hum Leam e o tempo lhe tem gasto as letras que se nam podem ler, mas a tradissam que achei nesta freguezia de homens velhos que a seus antepassados tinham ouvido, que vindo huma pessoa principal do Reino com hum menino mudo que vinha em romaria a São Gonçalo de Amarante e avistando-se daquelle citio o convento do dito Santo, o menino falara e que para memoria do milagre lhe mandara fazer aquelle cruseiro.” (2)
(2)-Dicionário Geográfico de Portugal, Tomo 7, B 2, Cód. de
Referência PT/TT/MPRQ/7, Torre do Tombo (1758).
Miguel Moreira
(pesquisa e fotografias)
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