CAPELA DE SÃO JOÃO CRISÓSTOMO
(VILELA – GONDAR)
Em 1758, a “Memória Paroquial
de Gondar”, num relatório assinado pelo P.e António Coelho Pedroza, referia que
"no lugar de Vilella há duas
capellas, huma, a mais antiga, seu orago Sam João Baptista de que hé
administradora Brizida Preira veuva e seus filhos o licenciado Manuel Brochado
e o padre frei Joam de Sam Joam Baptista religiozo da Observância do Seraphico
Sam Francisco na província da Índia. A outra de Sam João Crisóstimo que há
poucos annos mandou eregir o Padre João Pereira Sobrinho.” (1)
Todos os gondarenses sabem da
existência da capela de São João Batista, da casa da Barroca, a que já nos
referimos, mais que uma vez, neste blogue. Porém, creio que poucos saberão que
existiu, no mesmo lugar de Vilela, outra capela, cujo orago era São João Crisóstomo.
Vilela - Localização da Capela de S. João Crisóstomo |
A capela faria parte da Casa
do Covêlo, uma habitação e quinta de dimensões consideráveis, que lhe fica mesmo em
frente, do outro lado do caminho público.
Nasci muito próximo desta
capela e, nos anos 50 do século passado, esta já não estava ao serviço do
culto. Era um espaço para arrecadação de produtos e alfaias agrícolas.
Lamentável é que, mais tarde, sobre as paredes da capela tenham construído um
palheiro que desfigurou, por completo, este exemplar da memória e do
património dos Gondarenses.
São João
Crisóstomo
Nasceu em Antioquia, cerca do ano 349.
Depois de ter recebido uma excelente educação, dedicou-se à vida ascética; e,
tendo sido ordenado sacerdote, consagrou-se, com grande fruto, ao ministério da
pregação. Eleito bispo de Constantinopla no ano 397, revelou grande zelo e
competência nesse cargo pastoral, atendendo em particular à reforma dos
costumes, tanto do clero como dos fiéis. A oposição da corte imperial e de
outros inimigos pessoais levou-o por duas vezes ao exílio. Perseguido por
tantas tribulações, morreu em Comana (Ponto, Ásia Menor) no dia 14 de Setembro
do ano 407. A sua notável diligência e competência na arte de falar e escrever,
para expor a doutrina católica e formar os fiéis na vida cristã, mereceu lhe o
apelativo de Crisóstomo, «boca de ouro».
(1)- P.e António Coelho Pedroza in “Memórias Paroquiais de
Gondar”, 1758.
Miguel Moreira
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