AQUI NASCEU GONDAR
Poucas são as terras que, como Gondar, podem identificar, com
algum rigor, as suas origens e justificar o seu nome. Na verdade, Gondar nasceu
e cresceu à volta do seu mosteiro e deve o seu nome ao fundador desse mesmo
mosteiro.
Igreja do Mosteiro de Gondar - Amarante |
Sim, foi neste pequeno espaço que se vê na imagem que nasceu Gondar, ou melhor, Gundar, nome que conservou até ao século XVI.(1)
Fundado no século XII, por Dom Mem Gundar, o mosteiro beneditino, do qual dependiam também os de Lufrei e Santa Maria Madalena, constituiu-se como núcleo de toda a atividade económica e social da região. E, se inicialmente se constituía como centro de um conjunto patrimonial privado, associado à linhagem dos Gundares e ao controlo de um determinado perímetro geográfico e social (2), paulatinamente a instituição Igreja vai-se apossando dessas estruturas e de todo o aparelho económico e social construído a partir delas. Foi neste contexto que, em 1455, o bispo D. Fernando da Guerra extinguiu o mosteiro e o secularizou. E, assim, nasce a Paróquia de Gondar.
Fundado no século XII, por Dom Mem Gundar, o mosteiro beneditino, do qual dependiam também os de Lufrei e Santa Maria Madalena, constituiu-se como núcleo de toda a atividade económica e social da região. E, se inicialmente se constituía como centro de um conjunto patrimonial privado, associado à linhagem dos Gundares e ao controlo de um determinado perímetro geográfico e social (2), paulatinamente a instituição Igreja vai-se apossando dessas estruturas e de todo o aparelho económico e social construído a partir delas. Foi neste contexto que, em 1455, o bispo D. Fernando da Guerra extinguiu o mosteiro e o secularizou. E, assim, nasce a Paróquia de Gondar.
A secularização do mosteiro e da igreja não significou, no
entanto, diminuição do seu valor patrimonial ou da sua importância na região.
Pelo contrário, o rendimento associado à nova igreja aumentou e Gondar
tornou-se Abadia da Apresentação da Mitra e Comenda da Ordem de Cristo. A este
fato não foi alheia a oferta, em 1470, pelo seu primeiro pároco, Pedro Afonso, da imagem
da Virgem sedente e que se tornou elemento totémico da comunidade.
Em 1882, com a reorganização dos limites das dioceses de
Braga e Porto, Gondar transitou do território da primeira para o da segunda,
onde permanece.
Em 1903/04, com a construção da nova Igreja Paroquial,
Gondar adquire uma nova centralidade que as entidades autárquicas e
eclesiásticas souberam aproveitar e têm vindo a valorizar, designadamente com a
construção do Centro Paroquial e da sede da Junta de Freguesia.
No entanto, apesar desta nova centralidade, a Igreja do Mosteiro continua a ser o verdadeiro "ex-libris" de Gondar, pois foi, na realidade, o seu berço.
(1) - Gondar ou Gundar? Embora a grafia contemporânea seja a de Gondar, o padre Domingos Moreira regista "Gundar" como topónimo entre os séculos XIII e XVI (MOREIRA, Domingos A., - Fregusias do Diocese do Porto: elementos onomásticos alti-medievais.
(2) - Como refere Mário Barroca: "estamos perante um caso de uma fundação monástica protagonizada por uma família da pequena ou média nobreza que ao novo mosteiro passou a estar estreitamente ligada, porque detinha os direitos patronais, porque a ele confiava algumas das suas filhas que aí professavam, e porque o elegia para panteão familiar, fazendo aí enterrar os seus mortos".
(1) - Gondar ou Gundar? Embora a grafia contemporânea seja a de Gondar, o padre Domingos Moreira regista "Gundar" como topónimo entre os séculos XIII e XVI (MOREIRA, Domingos A., - Fregusias do Diocese do Porto: elementos onomásticos alti-medievais.
(2) - Como refere Mário Barroca: "estamos perante um caso de uma fundação monástica protagonizada por uma família da pequena ou média nobreza que ao novo mosteiro passou a estar estreitamente ligada, porque detinha os direitos patronais, porque a ele confiava algumas das suas filhas que aí professavam, e porque o elegia para panteão familiar, fazendo aí enterrar os seus mortos".
Miguel Moreira (texto)
João Sardoeira (fotografia)
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