Pormenor do retábulo (Sacrário)
Transferido da Igreja do Mosteiro de Gondar para a nova
Igreja Matriz, aquando da sua construção (1903/04,) este retábulo, em talha
dourada, data, pelas suas caraterísticas, dos finais do séc. XVII ou princípios
do séc. XVIII, e integra-se no designado Barroco Nacional.
Nesta estrutura retabular destaca-se um par de colunas
de cada lado, sendo que as dos extremos são pseudo-salomónicas (o terço
inferior da coluna não se encontra estriado) e as interiores de fuste espiralado.
Os capitéis são coríntios, decorados com folhas de acanto, e suportam o
entablamento que serve de apoio a dois arcos concêntricos de volta perfeita,
numa clara alusão à abóbada celeste.
No centro, destaca-se a tribuna com o seu trono piramidal
composto por quatro níveis escalonados e encimado pelo tabernáculo destinado à
exposição do Santíssimo Sacramento.
Entre cada par de colunas, um nicho com a respectiva mísula
e as imagens de Santa Maria de Gondar, do lado do Evangelho, e de Santo
António, do lado da Epístola.
A decoração é a caraterística do Barroco Nacional: parras e
cachos de uvas (simbolizando a Eucaristia), folhas de acanto (simbolizando a
imortalidade), aves depenicando uvas, meninos alegóricos (“putti”), anjos
alados (serafins), flores e frutos.
De salientar, também, de cada lado do Sacrário, profusamente
decorado, duas aves (Fénix, símbolo da Ressurreição e da Eternidade).
Este retábulo, conjuntamente com a imagem de Nossa Senhora
(séc. XV), é, sem dúvida, o elemento de maior valor e estima da Igreja de Santa
Maria de Gondar.
João Sardoeira (fofografia)
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