sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

7 Razões para visitar Gondar


 A 5 kilómetros de Amarante e a 60 da cidade do Porto, esta pequena aldeia, plasmada nos vales dos rios Ovelha e Carneiro, tem motivos capazes de surpreender quem a visita. Com um passado que remonta aos primórdios da nacionalidade - Mem Gundar, a quem a freguesia deve o seu nome, acompanhou o conde D. Henrique nos tempos do Condado Portucalense - Gondar possui um passado e um património admiráveis: monumentos, aldeias preservadas, quintas e casas senhoriais, artesanato, um museu rural, a “casa do oleiro”, praias fluviais… e muito mais.

De entre muitos, selecionamos 7 motivos que, certamente, não deixarão de fascinar o visitante mais exigente.

1- A IGREJA ROMÂNICA DE GONDAR


Igreja Românica de Gondar - Amarante


Integrada na Rota do Românico, esta Igreja, edificada no século XIII, conserva ainda a traça românica na sua quase totalidade, apesar das transformações que sofreu durante a Época Moderna.

Fez parte de um antigo Mosteiro de monjas bentas, fundado por Dom Mem Gundar que fez desta abadia mariana local de acolhimento das suas filhas e de panteão familiar. Foi Reitoria e Comenda da Ordem de Cristo e, de 1455 até 1904, foi igreja matriz da freguesia.

 2- A IGREJA MATRIZ DE GONDAR


Igreja Matriz de Gondar - Amarante


Inaugurada em 1904, a atual Igreja Matriz, com uma localização mais central, veio substituir a Igreja românica, situada num extremo da paróquia.

De traçado muito simples e de uma só nave, o novo templo ostenta, no seu interior, peças de elevado valor artístico e cultural: um retábulo de estilo barroco (séc. XVII/XVIII) e uma belíssima escultura de Nossa Senhora, de estilo gótico (século XV), ambos  provenientes da secular igreja românica de Gondar.

 3- O MUSEU RURAL DO MARÃO


Museu Rural do Marão em Gondar - Amarante


Inaugurado em 2009, este Museu, nas instalações de um antigo Engenho de Azeite, que aqui funcionava e se mantém em bom estado de conservação, tem patente ao público uma vasta colecção de alfaias agrícolas, utensílios de cozinha, teares, diversas peças de olaria de barro preto e muitos outros utensílios do dia-a-dia da comunidade local.

O visitante poderá ainda visitar, mesmo ao lado, a capela de Nossa Senhora das Dores, integrada numa bonita quinta, propriedade da família de Pascoais.

 4- O LUGAR DE OVELHINHA


Capela de Nossa Senhora do Carmo em Ovelhinha - Gondar


Integrada na Rota das “Aldeias de Portugal”, Ovelhinha é de uma beleza invejável. Com o seu casario ribeirinho, as suas pequenas pontes sobre o rio Carneiro, os açudes e os moinhos de outrora, Ovelhinha é um desafio aos sentidos, um hino à natureza e ao homem que, aqui, tão harmoniosamente convivem.

Mas Ovelhinha não é apenas o casario e o rio. Ovelhinha é também história. História da crueldade dos soldados de Napoleão que velhos pardieiros ainda testemunham. História de um passado senhorial que um solar e sua capela evidenciam. História do trigo de cantos que aqui teve as suas origens.

Ovelhinha tem, ainda, a Senhora do Carmo com seu belíssimo retábulo em talha dourada; e Santa Amaro com sua festa de pendor carnavalesco. E tem uma escola, mas não uma qualquer escola. Tem uma escola linda, centenária, do tipo Adães Bermudes.

Ovelhinha é, por tudo isto, uma aldeia repeleta de encantos e de histórias que vale a pena desvendar. Percorrê-la vagarosamente, descobrir os seus recantos, sentir os seus cheiros, observar o estilo de vida calmo e tranquilo dos seus habitantes é algo que nos enleva os sentidos e nos acalenta a alma.

Não desperdice o convite e venha desfrutar esta dádiva da natureza.

 5- OS LUGARES DO RIO E OUTEIRINHO


Rio e outeirinho - Gondar


Localizados frente a frente e separados apenas pelo rio Carneiro, estes dois lugares, outrora terra de oleiros e agricultores, preservam ainda o seu carácter genuinamente rural.

Percorra a pé os seus caminhos estreitos e sinuosos, observe as suas graciosas construções graníticas, pare sobre a pequena ponte e deixe-se embalar pelo som da água que corre célere por entre os seixos. E, se for no verão, não deixe de se refrescar na praia fluvial da "levada nova" ou, simplesmente, contemplar a natureza que, aqui, se conserva no seu estado mais puro.

 6- OS LAGARES RUPESTRES DE ALDEIA E DO TAPADO


Lagar medieval do Tapado - Gondar


Remontando muito provavelmente à idade média, estes lagares são, porventura, as construções mais antigas da freguesia. Destinados à pisa das uvas, são a evidência de que a cultura da vinha e do vinho remontam aos primórdios desta comunidade que, hoje, produ z dos melhores vinhos da região.

O lagar do Tapado é constituído por dois tanques de pisa que comunicam, respetivamente, com dois pios, localizados a uma cota inferior, para recolha do mosto. De cada lado dos tanques, existe uma outra estrutura, menos profunda, onde se instalava a prensa. À volta do conjunto, vários entalhes na rocha indiciam a montagem de uma estrutura de suporte de uma cobertura ou alpendre. A existência, lado a lado, de dois tanques e duas pias permitia o funcionamento, em simultâneo, de duas pisas, do mesmo ou de diferentes proprietários.

Muito perto, no lugar de Aldeia, existe um outro lagar do mesmo tipo, embora mais pequeno.

 7- A GASTRONOMIA: BOA COMIDA E BONS VINHOS

Gondar afirma-se, hoje, como uma das grandes referências de Amarante na produção de vinho verde.

Localizada num profundo vale, entre as elevações montanhosas de Carvalho de Rei e de Bustelo e com uma excelente exposição solar, Gondar beneficia de um micro-clima que proporciona às uvas excelente maturação e, consequentemente, vinhos de ótima qualidade.

Pode degustar estes vinhos de excelência numa das várias tabernas e restaurantes da freguesia, acompanhando deliciosos petiscos e pratos típicos da região: o cabrito ou o anho assado com arroz no forno, o arroz de cabidela, o cozido à portuguesa, são sugestões que aqui lhe deixamos.

 Como vê, há motivos de sobra para visitar Gondar. Em família ou com amigos, não hesite, faça-se à estrada.

Miguel Moreira

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