GONDAR EM “O MINHO PITTORESCO”
José Augusto Vieira, em "O Minho Pittoresco" (1887), descreve desta forma as suas passagens por Gondar:
“Depois de havermos descansado em Amarante, tendo neste
ensejo ocasião de alugar cavalos que nos levassem à serra da Aboboreira e d’ahi
ao concelho de Baião, partimos de madrugada, sendo-nos obsequioso guia e
companheiro amável para essa excursão à Aboboreira, Sebastião Nogueira Soares,
amigo a quem devo a correcção de muitas inexactidões que a princípio enxameavam
por este capítulo.
Vila Seca (Gondar - Amarante) |
(…) Neste contar da lenda (de Dona Loba) fomos atravessando
Padronello, e o assombrado lugar do Cavalinho, de Gondar, onde fazem duas
importantes feiras de gado, a 12 e a 28 de cada mez. À mesma freguesia pertence
o lugar de Villa Secca ou Panelleiros, assim chamado por causa da profissão dos
seus moradores, que se entregam aos trabalhos de olaria grosseira. Como prova
lá se via o respirar das soengas ou fornos, espalhando o fumo pelas quebradas
tristes do lugar.
Sobre a esquerda, em um plató afastado, vê-se a importante
casa da Barroca, pertencente à família Cunha Brochado.” (pp. 432-433).
Ponte de Larm (Gondar - Amarante) |
e noutra passagem:
"Sobre o rio Ovelha atravessamos depois a ponte de Larim, já
dos domínios de Gondar, cuja matriz parochial, enegrecida pelo tempo, vemos à
esquerda na encosta, meio escondida entre os carvalhos. É ella que representa o
antigo convento de freiras beneditinas, a que se reuniam para os capítulos as
freiras de Lufrei, visto nesses tempos não haver ainda a clausura rigorosa.
Foi na freguesia o Solar dos Gondares, procedente de Mem
Gondar, companheiro do Conde D. Henrique, e d’ahi lhe veio o nome que ainda
hoje conserva.” (pp. 429-430).
Vieira, José Augusto, "O MINHO PITTORESCO", Livraria de António Maria Pereira, Lisboa, 1887.
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